O Titanic e a Predestinação

 

O TITANIC E A PREDESTINAÇÃO

 

 

Homens de todas as tribos sempre gostaram de construir colossos, prédios, pontes, torres, arranha-céus, monumentos cada vez maiores. Sejam quais forem os objetivos, essas construções representam sinais exteriores de riqueza e poder, produto do orgulho e da vaidade. 

Essa tendência vem deste a Antiguidade, nos tempos do Antigo Testamento, algumas delas fazendo parte das grandes “Sete Maravilhas do Mundo Antigo. A tendência viaja até os dias da atualidade, quando algumas delas fazem parte das “Sete Maravilhas do Mundo Moderno”.

 
 
I.  MARAVILHAS DA ANTIGUIDADE

 
 
1.  Torre de Babel

 
A primeira materialização desse desejo natural ocorreu com a construção da Torre de Babel (Gênesis 11), quando os homens pretendiam chegar aos céus, afronta não permitida por Deus.
 
 
E disseram [os descendentes de Noé uns aos outros]: Edifiquemos uma cidade e uma torre cujo cume toque bis céus e façamo-nos um nome, para que não sejamos espalhados sobre a face da terra. (Gênesis 11:4)
 
 
Desejavam construir uma cidade-império, dominadora, poderosa, única, onde se falasse uma só língua, tendo apenas um governo. Mas Deus não quis que o mundo ficasse sob a direção de um só homem, ou de uma elite.
 
Ainda hoje nações econômica e militarmente poderosas esforçam-se por exercer domínio sobre o resto do mundo. A intenção de Deus é que haja equilíbrio de forças, equilíbrio nas economias, na distribuição de rendas, com oportunidades para todos.

Há alguns anos havia duas potências mundiais, duas torres de Babel, dirigindo os destinos da humanidade: a antiga União soviética e os Estados Unidos. A primeira, desmantelou-se, fragmentou-se o temível império em várias nações independentes e autônomas, com suas bandeiras, hinos, cultura, governos. A segunda, os Estados Unidos da América, tem pago um preço altíssimo por sua supremacia política, econômica e militar.
 
 
 Torre de Babel
 
 
 
 
2.  O Colosso de Rhodes

 
 
Citando as Sete Maravilhas do Mundo Antigo, destacamos “O Colosso de Rhodes”, construído na entrada do porto da Ilha de Rhodes, Grécia, em bronze e com a base em mármore branco. A estátua, tinta 46 metros de altura e pesava 70 toneladas, sendo concluída em 282 a.C., após doze anos de trabalho. Porém, ela foi destruída 56 anos depois, por um fortíssimo terremoto, no ano de 226 a.C., juntamente com toda a cidade.

Trata-se de uma estátua de Hélio, deus do sol na Mitologia Grega. Tinha 30 metros de altura e pesava 70 toneladas, pois era feita em bronze.
 
Cada pé era apoiado em uma das margens do canal de acesso ao porto, fazendo com que as embarcações passassem por baixo da estátua.
 
Na mão direita ela tinha um farol para orientação das embarcações. Para se ter ideia do tamanho dessa estátua, uma pessoa não conseguia abraçar o dedo polegar dela.
 
 
 
 
 
 
3.  Estátua de Zeus

 
 
A majestosa “Estátua de Zeus” tinha doze metros de altura, e era revestida de marfim e ébano, com incrustações de ouro e pedras preciosas.
 
Ela foi construída em 450 a.C. no templo da cidade de Olímpia, também na Grécia, para homenagear a Zeus o principal deus  grego e aos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Ela foi concluída em três anos, mas foi destruída por um incêndio 992 anos mais tarde.
 
 
 
 
 
 
4.  O Farol de Alexandria

 
 
Essa obra monumental foi inaugurada em 270 a.C., diante da antiga Ilha de Faros, que é agora um promontório da cidade de Alexandria, no Egito, auxiliando aos navegantes da região.

A exemplo das demais obras antigas, essa também foi edificada e dedicada a deuses, Ptolomeu Soter e sua esposa Berenice.
O edifício foi sendo danificado seriamente por terremotos, até que em 1480 d.C. foi completamente destruído.
 
Considerada uma das maiores produções da técnica da Antiguidade, ela foi construída pelo arquiteto e engenheiro Sóstrato de Cnido, por ordem de Ptolomeu.

Sobre uma base quadrada, erguia-se a esbelta torre octogonal, de mármore, com uma altura que variava entre 115 e 150 metros.  Por mais de cinco séculos ela se manteve entre as mais altas estruturas feitas pelo homem. Em seu interior ardia uma chama que, através de espelhos, iluminava a uma distância de até 50 quilômetros.
 
 
 
 
 
5.  Templo de Ártemis

 
 
Esse templo foi construído em homenagem a Ártemis, deusa dos bosques, também conhecida como deusa Diana. Localizava-se na cidade de Éfeso, na Turquia, e foi concluído em 550 a.C., numa construção que durou 120 anos. Embora se desconheça qual é a sua altura, sabe-se que media 130 metros de comprimento e 80 metros de largura.
 
A escultura da deusa Ártemis era em ébano, ouro, prata e pedra preta. Quase duzentos anos após a sua conclusão, o templo foi destruído pelos godos.
 

.  Túmulo de Mausoléu
 
 
 
6. Túmulo de Mausoléu
 
 

Possuindo 50 metros de altura, esse túmulo foi construído por Artemísia, viúva de Mausolo, na cidade de Halicarnasso, atual território da Turquia.
Sua construção em mármore e bronze durou 10 anos, trabalhando 30 mil homens na sua execução.
Não há registros exatos, mas provavelmente o gigantesco túnel foi destruído por um terremoto entre os séculos XI e XV.
 
 
 
 

7.  Pirâmides do Egito
 
 

As pirâmides foram construídas há mais de 40 séculos atrás para servirem de sepultura para os faraós, tendo por local a Planície de Gizé, aproximadamente 15 quilômetros da Cidade do Cairo.
 
Os faraós acreditavam que acreditavam poderiam subir até os seus deuses, no céu, se seus corpos fossem assim sepultados. As pirâmides continuam sendo objeto de estudos, pois abrigam muitos mistérios.

Entre as mais célebres estão as pirâmides de Quéops (137,2m), Quéfrem (136,5m) e Mikerinos (66m), nomes de três reis da mesma família: pai filho e neto.

Das sete maravilhas da antiguidade somente as pirâmides do Egito ainda estão de pé, apesar dos estragos causados pela ação do tempo. Serviram de sepultura dos faraós.
 
 
 
 

8.  Jardins Suspensos da Babilônia

 
 
Segundo uma das versões, os Jardins foram construídos no sul do Iraque, em 605 a.C., por Nabucodonosor II, em homenagem à sua esposa Amitis, enquanto que outra versão diz que foram construídos por Semíramis.
 
Na verdade, eram seis montanhas artificiais, no sul do Rio Eufrates, 50 km ao sul da atual Bagdá, capital do Iraque. Nos terraços, construídos com trabalho escravo, foram plantadas palmeiras e flores tropicais, para deleite de seus proprietários. Hoje, não existe qualquer vestígio desses jardins.
 
 
 
 

II.  MARAVILHAS DO MUNDO MODERNO
 
 

Os homens continuaram dando expansão aos seus desejos de mostrar ao mundo sinais de riqueza, poderio militar e econômico. Na Era Moderna, destacam-se os arranha-céus e as grandes estruturas.
 
Algumas dessas obras são apreciadas pelo bom gosto de seus idealizadores, pela beleza de suas formas; outras, apenas por suas gigantescas proporções. Algumas são consideradas necessárias, enquanto que outras, como na Antiguidade, eram apenas um bem supérfluo, sem nenhuma utilidade prática. Vejamos algumas dessas obras dos tempos modernos.

 
 
1.  Torre Eiffel

 
 
A Torre Eiffel de Paris, conhecida como “A Dama de Ferro”, pesa acima de 10.000 toneladas, tem 320 metros de altura, incluindo a antena, duas vezes mais alta do que a grande pirâmide do Egito.
 
Essa torre foi construída em apenas alguns meses, em 1889, consumindo 15.000 barras de ferro, e o seu nome é uma homenagem ao engenheiro civil francês Gustave Alexandre Eiffel, projetista e construtor da obra.
 
 
 
 
 
2. Muro de Berlim

 
 
A construção do Muro de Berlim, de 155 quilômetros, que separava Berlim Ocidental de Berlim Oriental, iniciou-se em 13 de agosto de 1961, e começou a ser derrubado a partir de 9 de novembro de l989, quando pela primeira vez, em 28 anos, os cidadãos da antiga União Soviética puderam visitar seus irmãos do lado ocidental e democrático.
 
A queda do Muro, símbolo da guerra fria e da divisão do mundo em duas potências antagônicas, marcou a falência do sistema comunista soviético.
 
Dados revelam que durante a existência do “Muro da Vergonha”, como ficou conhecido, 75.000 alemães foram presos, e 809 mortos durante tentativa de atravessar na direção Oriente-Ocidente.
 
 
 
 
 
3. Empire State Building

 
 
Possuindo, a princípio, 381 metros, sua altura foi acrescida de mais 67 metros, quando sobre ele foi fixada uma antena, passado a perfazer um total de 448 metros de altura.
 
O Empire State Building só deixou de ser o prédio mais alto de Nova York e do mundo, quando em 1971 foi terminada a primeira torre do World Trade Center. 
 
Com a destruição das torres gêmeas em 2001, o Empire State Building voltou a ser o edifício mais alto do mundo.
 
 
 
 

4. World Trade Center

 
 
As famosas torres gêmeas de Nova York tinham 411 metros de altura cada uma, com 110 andares, e durante 40 anos simbolizaram o poder econômico da nação norte-americana.
 
Em 11 de setembro de 2001, essas torres foram derrubadas por dois jatos comerciais, sequestrados para esse fim, deixando um saldo de 2.823 vítimas, trinta por cento das quais não puderam ser identificadas, tamanho o calor da explosão dos aviões.
 
 
 
 
5.  Titanic
 
 
 
Repousa no Oceano Atlântico, a 4.126 metros de profundidade, desde a madrugada do dia 15/04/1912, o que restou das 46.329 toneladas do navio Titanic, 270 metros de comprimento, 28 metros de largura, o “Navio dos Sonhos”, o “Palácio Flutuante”.
 
Sua construção foi concluída em maio de 1911, sendo empregados os mais modernos sistemas de segurança, ao custo de 400 milhões de dólares.
 
Antes de iniciar sua viagem inaugural da Inglaterra para Nova York, alguém teria feito um infeliz prognóstico: “Nem Deus consegue afundar o Titanic.”
 
Não desejamos afirmar que Deus foi o autor dessa tragédia, mas asseguramos, com certeza, que bastou uma ponta de iceberg para nocautear o gigante, naufragando com ele 1.522 almas.
 
 
A maioria dessas obras gigantescas, começando pela Torre de Babel, caiu por terra. Muitas delas foram produto da vaidade humana, uma vaidade que exige demonstração pública de poder e riqueza.
 
Nos tempos modernos, há uma corrida entre nações ricas para ver quem constrói torres cada vez mais elevadas, complexos comerciais cada vez maiores. A verticalização dos edifícios comerciais decorre, também, de uma exigência do mercado imobiliário, considerando as limitações de espaços nas grandes metrópoles. Contudo, por trás dessa imperiosa necessidade de ampliação dos espaços para atender a demanda, há o desejo de colocar o nome da empresa, da família, da nação num lugar bem alto, mais alto do que todos, para que todos vejam, admirem, reverenciem, aplaudam.
 
Noventa anos separam o naufrágio do navio Titanic, no Oceano Atlântico, da tragédia do World Trade Center, em Nova York, e milhares de anos separam os dois da Torre de Babel. Tais fatos revelam-nos que não há um só lugar completamente seguro em nosso planeta. Por isso devemos fazer tudo para glória de Deus, porque “se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela” (Salmos 127.1).
 
Os homens têm construído casas e edifícios com todos os requisitos de segurança, como portas de aço, guardas, sistema de alarme, grades de ferro, cães amestrados, mas se esquecem de fazer um seguro para a vida eterna. As pessoas costumam temer os que podem matar o seu corpo e não podem matar a alma, mas não temem Aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo (Mateus 10.28).
 
 
 
 
 
 
III.  PREDESTINAÇÃO

 
 
Eu resgato a imagem do Titanic, e contei todas essas histórias para me ajudar numa reflexão mais profunda. Há muitos séculos fazemos a seguinte pergunta: o crente pode perder a salvação?  Há muitos séculos uns dizem que pode, outros, que não pode. De um lado, os que consideram a salvação garantida, imperdível; de outro, os que consideram plenamente possível o cair da graça. Vejamos um resumo dessas doutrinas.

 
 
3.1  Calvinismo

 
 
O Calvinismo é um sistema teológico elaborado pelo teólogo francês João Calvino (1509-1564), cujos pontos fundamentais do ensino são:
 
a) Depravação total:  os homens nascem depravados, não lhes sendo possível, nesse estado, escolher o caminho da salvação;
 
b) Eleição incondicional:  Somos escolhidos por Deus para a salvação, independente de qualquer mérito de nossa parte;
 
c) Graça irrresistível: Os escolhidos não resistirão à graça salvadora do Criador, em razão da atuação do Espírito Santo, convencendo-os do pecado;
 
d) Expiação limitada aos eleitos:  O alto preço do resgate, pago por Jesus na cruz, alcançou apenas os eleitos;
 
e) Perseverança dos crentes: Nenhum dos eleitos perderá a salvação; irão perseverar até o fim, pois estão predestinados ao céu desde a fundação do mundo. Em resumo, o movimento teológico calvinista defende a absoluta soberania de Deus, e a exclusão do livre-arbítrio. Deus concede aos eleitos graça eficaz e irresistível, que permite ao homem continuar perseverante por toda a vida.

 
 
3.2  Arminianismo

 
 
O Arminianismo é um sistema teológico formulado pelo teólogo holandês Arminius (1560-1609), em oposição à doutrina calvinista da  predestinação, assim exposto:
 
a) Livre-arbítrio:  Deus concedeu ao homem a capacidade de aceitar ou recusar a salvação que lhe é oferecida;
 
b) Eleição condicional: Deus elege ou reprova com base na fé e na incredulidade em Jesus Cristo;
 
c) Expiação ilimitada: Cristo morreu por todos e não só pelos eleitos;
 
d) Graça irresistível:  É possível ao homem rejeitar a Graça de Deus e, em consequência, perder a salvação;
 
e) Decair da Graça: Os salvos podem perder a salvação se não perseverarem até o fim.

 
 
3.3  Visão 1 do naufrágio do Titanic

 
 
Agora, tomemos por empréstimo a imagem do Titanic para melhor compreendermos a eleição incondicional e prévia dos salvos, a restrição ao acesso da cruz de Cristo, por um lado; e por outro, o livre-arbítrio, a eleição condicional, o acesso à cruz a todos os que aceitarem o Evangelho.
 
A vida aqui na terra é uma viagem inaugural que tem começo e fim. O homem está avariado pelo iceberg do pecado; se continuar no mesmo rumo, sem mudar de atitude, sem mudar a rota, fatalmente será destroçado.
 
Imagine que, em determinado momento, um enorme navio, o Navio dos Predestinados, mais belo e mais possante, baixa âncoras junto ao Titanic, o navio dos condenados. O comandante, de posse de um potente megafone, anuncia que está ali para salvar as vidas. Imediatamente, com auxílio de roldanas, faz descer uma enorme prancha de madeira em forma de cruz, a fim de permitir o acesso dos condenados do Titanic para Navio da Predestinação.
 
— “Venham! Venham, meus escolhidos! Aqui vocês encontrarão descanso para suas almas!”, —  diz o Comandante.
 
A água, que inicialmente invadira cinco dos 16 compartimentos estanques, agora toma conta das fornalhas, invade os alojamentos da terceira classe e faz submergir um terço da proa. As 1.954 janelas de vidro vão-se quebrando pouco a pouco, e os estilhaços provocam profundos ferimentos nas pessoas.
 
Ao ouvirem o chamado, nem todos atendem. São os que ainda alimentam vãs esperanças de salvação de outra forma. Um bom número corre para iniciar a travessia. Todavia, ouvem uma ordem:
 
— ”Não! Não venham todos! Só os escolhidos poderão passar por essa cruz para cá! Por alto preço eu os comprei. Minha cruz não suporta o peso de tantas vidas, e o meu barco tem capacidade limitada”.
 
Então, o Comandante foi chamando um a um pelo nome;
 
— “Pedro, Wagner, Marcos, Marcelo, Norberto,...  Venham, pois vocês são os meus escolhidos desde o começo, desde a partida do navio do porto de Southampton, na Inglaterra, no dia 10 de abril”.
E assim, os devidamente chamados e previamente escolhidos, fizeram a travessia, e agora estavam fora de perigo no Navio da Predestinação. Um dos salvos, já acomodado no Navio dos Eleitos, perguntou:
 
— “O Senhor deixará morrer aquelas pessoas?”  — E ouviu a seguinte explicação:
 
— “Meu caro eleito... Aqueles que agora se afogam nas águas profundas já estavam condenados há muito tempo! Com você e com todos os que estão aqui comigo, usei de misericórdia, porque uso de misericórdia com quem eu quero. Com aqueles, porém, eu usei de justiça!  Agora você sabe que uso de justiça e de misericórdia. Eu não os afoguei; eles é que se afogaram em suas iniquidades.”
 
O náufrago predestinado ainda pensou em ter mais explicação, mas o Comandante cortou a conversa, categórico. Olhou-o nos olhos, colocou a mão sobre seu ombro, e disse:
 
— “É a minha Soberania, filho! É a minha Soberania!”
 
Em seguida, o Comandante deu partida ao enorme Navio da Predestinação, rumo a um porto seguro. Os eleitos ainda tiveram tempo de olhar para trás e ver o Titanic partir-se ao meio, ficar com a popa na vertical e iniciar seu sinistro caminho nas águas geladas, rumo às fossas abissais.

 
 
3.4  Visão 2 do naufrágio do Titanic

 
 
Agora vamos ver como seria a outra forma de se encarar a salvação. Imagine de novo o  Navio da Predestinação se aproximando do Titanic que está começando a afundar. Aquela cruz é estendida entre os dois navios, e o Comandante convida todos para se salvarem. Agora, todos os que ouviram e aceitaram o convite do comandante ficam perfilados e começam a travessia para o Navio da Predestinação.
 
 
— ”Venham todos!” — diz o comandante. — “Todos serão acolhidos no meu navio. Minha cruz suporta o peso de todas as almas, as quais resgatei por alto preço. Usarei de justiça com os que rejeitarem o meu convite, mas com misericórdia com os que atravessarem essa cruz. No meu navio vocês estarão predestinados à salvação. Venham benditos! Todos os que vierem são meus eleitos! O navio em que vocês estão está avariado, prestes a afundar. É o tempo do fim. Coloco diante de você o caminho estreito e difícil da cruz. Não será fácil a travessia. Os ventos são contrários, mas eu lhes sou favorável! Tenham os olhos fixos em mim e não olhem para trás! Cada passo à frente é uma conquista! Venham! Muitos já chegaram até aqui! Não desanimem! Prossigam!”
 
Um dos salvos, indagou daquele senhor: “Comandante, por que aqueles não estão vindo?”. — O Comandante respondeu:
 
— “Porque não deram ouvidos ao meu chamado! Aquele navio carrega muito ouro, prazeres e fantasias e o coração deles está nessas coisas. Usam do direito do livre-arbítrio para recusar a minha oferta de salvação. Com vocês, manifestei a minha misericórdia; com eles, minha justiça.”
 
A água, depois de invadir 159 fornalhas, chegou à primeira classe, a dos milionários. Caem as quatro chaminés de 19 metros. Diante da situação incontrolável e da iminente morte, ecoam gritos de desespero na escuridão.
 
O gigante Titanic, nome dado em homenagem aos titãs da Mitologia Grega, parte-se ao meio e é vencido. O majestoso navio aponta sua popa na posição vertical, como que olhando, de joelhos, para o céu, e depois desaparece nas águas geladas.
 
 
 

 
CONSIDERAÇÕES FINAIS

 
 
O quadro, apresentado em duas visões, revela, no primeiro instante, a posição calvinista da expiação limitada de Jesus, em que apenas os previamente eleitos serão salvos. Já o segundo quadro, a segunda visão, representa a posição oposta, o da expiação ilimitada, em que todos podem obter a graça da salvação.
 
 
AUTOR
 
Pr. Aírton Evangelista da Costa (2010)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

Por: Pr. Aírton Evangelista da Costa

Publicado em 02/07/2013

Procedência - estudosgospel.com.br

Todos os direitos reservados ©elevados.com.br 2013 - 2024