ACABE & JEZABEL
CASAMENTO MALDITO

Introdução
Antes da leitura desse estudo, recomenda-se que se leia 1Rs 16:28-34 e os capítulos 17 e 18 inteiros, pois isso facilitará sobremaneira o entendimento das coisas que serão aqui comentadas.
Vamos ao começo. Nessa época, o território estava dividido em dois reinos: Judá e Israel. Dois anos antes da morte do rei Asa de Judá, Acabe começava a reinar em Israel, um reinado marcado desde o início por uma estranha e terrível apostasia. Seu pai, o rei Onri, o fundador de Samaria, tinha feito “o que parecia mal aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (1Rs 16:25).
Os pecados de Acabe foram ainda maiores. Ele “fez muito mais para irritar o Senhor Deus de Israel do que todos os reis de Israel que foram antes dele”, agindo como se fora coisa leve andar nos pecados de Jeroboão, filho de Nebate. (1Rs 16:33 e 31).
Não contente em encorajar as formas de adoração seguidas em Betel e Dã, ousadamente conduziu o povo a grosseiro paganismo, substituindo o culto a Deus pelo de Baal.
Casamento maldito
Como se todo o mal que Acabe havia feito não fosse suficiente, ele aprofundou seu pecado casando-se com Jezabel (1Rs 16:31), a princesa pagã cujo nome se tornou sinônimo do mal. Provavelmente, esse casamento tenha sido mais por vantagens políticas que por amor.
A guerra, principalmente contra o arameu Ben-Hadade, dominou a cena do reinado de 22 anos do rei Acabe, conflito que propiciou alianças com outros vizinhos ameaçados e que resultou no casamento de Acabe com Jezabel, filha de Etbaal, rei de Sidon, que também servia como sacerdote de Astarte.
Não bastando tudo isso, algum tempo depois, Atalia, filha de Acabe, ajudou a fortalecer os laços com o Reino de Judá, casando-se com Jeorão, filho de Josafá e príncipe herdeiro de Judá.
Além de já estar tão cheio de pecado e transigência, provavelmente, Acabe não precisou de muita ajuda de sua esposa pagã não só para servir a Baal, mas também para ajudar a espalhar a adoração de Baal pela nação de Israel.
Jezabel, além de erradicar a adoração ao Deus verdadeiro, substituiu-a pela adoração a Baal, segundo podemos ver em 1Rs 18:4,13; 19:1,2 e 21:25. Para cumprir sua vontade, Jezabel passou a exterminar os sacerdotes do Senhor, inclusive jurando matar ao profeta Elias.
Como um pecado leva a outro e a outro, em breve o rei Acabe chegou a tal nível de degradação que ele mesmo provavelmente não poderia ter imaginado.
Quando você toma um rei de pouca força moral e lhe acrescenta uma mulher faminta de poder e conspiradora, o resultado forçosamente será catastrófico.
Poder e autoridade são dons de Deus
Este estudo trata de poder e autoridade, mais especificamente do abuso de poder e de autoridade. Os que os possuem têm a responsabilidade divina de utilizar esse poder e essa autoridade com piedade. Quando não fazem assim, estão pecando, não só contra as pessoas, mas contra o próprio Deus.
O casal Acabe e Jezabel usou seu poder e sua autoridade de modo contrário à vontade de Deus, vindo a colher as merecidas consequências.
Acabe e Jezabel souberam tirar o que havia de pior um do outro. Isso já é mau em qualquer casamento, mas quando a isso se acrescenta o fato de serem líderes de uma nação, os resultados foram desastrosos.
Já conhecemos o pecado de Davi contra Bate-Seba, que causou tanta dor e sofrimento, não só para si mesmos, mas também para a nação. Realmente, sua estatura debilitada ajudou a alimentar as sementes da rebelião em seu próprio lar, o que certamente ajudou a abrir caminho para a divisão da nação em dois reinos: Judá e Israel.
Sob nossa perspectiva, é difícil entender como esses reis podem ter caído em tanto pecado e apostasia, mas estamos olhando sob nossa perspectiva, não a deles. O que será que teríamos feito se estivéssemos na posição deles? Essas histórias devem servir de advertência a todos sobre a facilidade com que podemos nos afastar do Deus vivo.
A batalha entre Jezabel e Elias
Como rainha, Jezabel tinha influência política. Com fervor religioso, ela continuou em Israel o trabalho de seu pai, rei e sacerdote de Baal e Astarte, em Tiro e Sidon.
Acabe construiu para Jezabel um templo a Baal, que, sem dúvida, incluía um "seminário" para o treinamento de novos sacerdotes. Jezabel presidia pessoalmente o culto a Baal em Israel e fez dela a religião oficial.
Como podemos ler em 1 Rs18:19, quatrocentos destes profetas comiam à mesa de Jezabel, significando que tinham acesso à casa real, com apoio do rei, pois ela exercia um forte domínio sobre ele.
Em face dessa apostasia dominante, Elias liderou a luta para conservar viva a adoração de Yahweh. O conflito religioso explodiu quando Elias entrou repentinamente na presença do rei Acabe e anunciou que não haveria mais nem orvalho nem chuva naquela terra, a não ser pela palavra de Deus (1Rs 17:1). Isso foi um ataque direto contra Baal, deus da chuva e, portanto, deus da fertilidade.
Por causa disso, Acabe chamou Elias de "perturbador de Israel" (1Rs 18:17), mas não era Elias o motivador da seca, mas o fato de Acabe haver abandonado a adoração de Yahweh (vs. 16-18).
Mais tarde, no cume do Monte Carmelo, na presença de Acabe, Elias expôs a incapacidade de Baal e demonstrou o poder de Yahweh sobre a chuva. Acabe estava tão impotente quanto Baal. Desamparado, ele assistiu à derrota do baalismo e à matança de centenas de sacerdotes de Baal.
De volta para casa, ele teve que explicar a Jezabel por que não precisava preparar alimento no dia seguinte para todos os sacerdotes de Baal.
FONTE DE PESQUISA
Revista Despertai (2010)