Receita Divina

 

RECEITA DIVINA

 

 

Portanto, visto que nós também estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança a carreira que nos está proposta, (2) olhando firmemente para Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto suportou a cruz, desprezando a afronta e assentou-se à destra do trono de Deus. (3) Considerai aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra Si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.  (Hebreus 12:1-3)

 
 
Este texto nos fala de carreira, de persistência, de premiação, enfim, parece estar a orientar-nos para que participemos de uma maratona olímpica, cuja chegada será a mais gloriosa de todas, logicamente para aqueles que conseguirem chegar.
 
Lembrando da Olimpíada de Atlanta, há um mês atrás, constatamos que ela proporcionou louros e medalhas cujo valor passarão bem depressa, e logo serão esquecidos. Em contrapartida, quando conseguimos vitórias como seres humanos, seus lauréis se atrelarão a nós de forma permanente, ultrapassando as barreiras da vida terrena, ficando nossa memória sempre viva naquelas pessoas que nos conheceram, como que a testemunhar que vencemos na Olimpíada da vida.
 
Nesse tipo de vitória, triunfamos como pais, como mães, como esposos, esposas, ficando indelevelmente marcado que não fracassamos, que não sucumbimos na estrada da vida, que não erramos o alvo perseguido como servos de Deus, como filhos amados do Senhor.  Essa vitória não poderá ser comparada com os prêmios fugazes e passageiros que vemos por aí.
 
A verdadeira Olimpíada é aquela do dia-a-dia, é a capacidade de amar, de perdoar, de vencer a prova, a tribulação, sem que tenhamos prejuízos na nossa fé. A verdadeira Olimpíada é aquela em que conseguimos vencer o Maligno, a Carne, o Mundo, é aquela em que conseguimos vencer a nós mesmos, no que diz respeito à nossa índole má.
 
Este trecho da Bíblia é magistral em colocar essas coisas: “Nós, que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos de lado todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que Lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta e assentou-se à destra do trono de Deus.”  É como se Deus dissesse: Olhem para o Meu Filho!  Ele venceu!
 
Precisamos suportar a nossa cruz, desprezar a afronta que nos tem sido imposta, olhando só para Deus e antevendo o gozo da Salvação. Precisamos avançar, ir em frente, pela fé!
 
E continua o nosso texto: “Considerai, pois, Aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra Si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.” O Espírito de Deus fala aos nossos corações, através dessa Palavra, animando-nos a sermos vencedores, detentores de prêmios permanentes.  Nós, dessa maneira, poderemos atingir uma marca que jamais será batida.
 
Quantos de nós já tivemos a oportunidade de ouvir o testemunho de alguém que já passou, alguém que já não está mais aqui entre nós, quantas vezes já ouvimos de alguém que triunfou como pai, como mãe, como pastor, como diácono, como cristão...! São pessoas que entenderam a importância de vencer na Olimpíada da vida, que buscaram em seus próprios corações os recursos que Deus mesmo havia ali colocado, e se desdobraram, se superaram na perseguição da sua meta proposta.
 
Deus está nos dizendo aqui, que aqueles que se colocarem diante da Sua graça, serão vencedores, não fracassando nas suas vidas de esposo, esposa, pai, mãe, cidadão, e principalmente como filhos de Deus.  Por certo, essas pessoas vencerão a carne, o pecado, a elas mesmas, passarão pelas tribulações, sairão pelo meio do fogo sem se queimarem.  Há superação, pois são filhos de Deus. Essas pessoas têm a graça de Deus na sua vida, buscarão a força onde parece não mais existir.
 
Se refletirmos sobre o capítulo 11 deste mesmo livro de Hebreus, que estamos estudando, veremos o comentário sobre a Galeria dos Heróis da Fé, sobre como aqueles homens e mulheres venceram a sua carreira.  Aprenderemos, ali, que da fraqueza eles tiraram força, se esforçaram na batalha, puseram em fuga o exército do inimigo. Eles triunfaram pela fé. 
Deus está dizendo, neste texto, que você é um vencedor, que você não nasceu para ser um derrotado, que não nasceu para viver da maneira frustrada como tem vivido, sem ânimo, sem esperança, sem alvo e sem alegria.
 
Satanás, nos dias atuais, tem usado como arma a desolação emocional, arma essa que tem desestabilizado algumas vidas, destruído outras e abatido outras tantas.  O verso 2 nos manda que olhemos para Jesus, que é o autor e consumador da fé, porque olhando fixamente para a Sua meta, Ele encontrou forças para suportar o peso da cruz, passando então a desprezar todo tipo de afronta a Ele imposta, tendo, então, como prêmio, a glória de sentar-se à destra do Pai.
 
O versículo 3, por sua vez, nos aconselha a considerar, a levar em conta a pessoa de Jesus, pelo fato d’Ele ter suportado todas as contradições dos pecadores, para que essas não enfraquecessem nos seus ânimos.
O nosso objetivo, ao trazer esta Palavra, é que você aprenda a vencer ao desânimo que está se instalando na sua vida, pois isso tem que ser vencido. A saída para essa vitória está bem clara, ali no texto: Olhe para Jesus, tenha-O em consideração e aprenda com Ele, que venceu.
 
Como tem gente desalentada por aí!  Não conseguem suportar o peso da sua cruz, não conseguem superar sua luta, ultrapassar a tribulação sem vitória, permanecendo atrelados completamente a um passado sem esperanças.
 
Olhe para Jesus!  Assim como Ele venceu, você vencerá!  O versículo 2 está claríssimo!  Jesus nos deixa uma receita para que não sucumbamos diante da desolação e do desencorajamento, e essa receita tem três itens, três direcionamentos a serem seguidos: “Pelo gozo que Lhe estava proposto...”  nos ensina uma coisa;  quando diz “Suportou a cruz”, nos diz uma segunda coisa; e quando diz “Desprezando a afronta”, nos diz uma terceira coisa diferente.  O resultado dessas três frentes de ação está no final do verso 2, quando diz que Ele assentou-se à destra do trono de Deus.
 
Veja que Jesus lutou muito, e observe que Ele foi muito mais injustiçado do que qualquer um de nós, muito mais perseguido, muito mais infelicitado, mas, no entanto, foi vitorioso.  O texto está a nos dizer que também podemos ser vitoriosos, se olharmos para o vitorioso Jesus, que nos aconselha a seguir os Seus passos.
 
A partir deste momento, passaremos a considerar, separadamente, essas três frentes de ação, esses três direcionamentos, esses componentes, enfim, a receita que Jesus nos deixou para vencermos ao desencorajamento.
 
 
A VISÃO DA RECOMPENSA
 
 
Em primeiro lugar o Espírito de Deus manda que mantenhamos nosso olhar no prêmio maior, na recompensa prometida, no galardão.  É preciso olhar para além da Terra em que vivemos, além do horizonte visível, além da humanidade corruptível, pois tudo isso que nos cerca é perecível. Nosso olhar deve estar concentrado em Deus e na Sua glória celestial, que é o que realmente importa.  Há um Deus no céu, que um dia vai promover a justiça da maneira mais perfeita que se pode imaginar, quando estará instalado o maior tribunal de todos os tempos, onde a corrupção não terá vez, onde cada pessoa julgada poderá ter certeza de que, realmente, nada ficará escondido.
 
Isso traz consolo para o nosso coração.  Jesus, na Sua agonia, olhava por cima dela, como se não a visse, enxergando apenas aquilo que Lhe estava proposto fazer.  Olhava além deste mundo! Jesus estava completamente só, naquela cruz, abandonado por todos... Comparativamente, temos nossa família, nossos Irmãos da Igreja, os amigos, isso sem falar do exemplo deixado pelo próprio Jesus, para nos dar força, coragem e direção.  Jesus, porém, não teve ninguém, naquele momento.
 
Quando Jesus sentia a morte se aproximando, sozinho, pronunciou aquelas palavras amargas, tristes: “Eloi, Eloi lama sabactani?” ou seja: “Meu Deus, meu Deus, por que me desamparaste?” Que agonia devia estar sentindo, completamente sozinho! Se Jesus, que passou por isso, foi vitorioso, deixando-nos o exemplo. Por que nos sentimos derrotados diante de tribulações tão menores?  Ele olhou para o gozo que Lhe estava proposto, prometido, sabendo que aquela morte passaria, que depois da cruz viria a ressurreição, que depois da morte viria a vida!... 
 
Sempre enxergava adiante.  As situações se sucederiam: depois da cruz viria a sepultura, depois viria o domingo de manhã, e com ele aconteceria a ressurreição.  Via tudo claro!   O gozo que Lhe estava proposto O impedia de desanimar ante as coisas passageiras que estavam a acontecer.
 
E continua a visão do gozo de Jesus:  depois da ressurreição viria a assunção: Jesus subindo, afastando-se da visão dos discípulos, uma nuvem O encobriria e Ele chegaria até o Pai, entrando no céu com honrarias, condecorações e galardoações, festejos...  Ele seria recebido pelo Pai Celestial!  Estão entendendo, agora?  Foi o descortinar dessa visão que deu forças a Jesus para que recebesse as afrontas.
 
 
 
 
Olhe para Jesus!  Aposse-se da certeza de que seu nome está escrito no Livro da Vida, e que, se você perseverar, haverá uma coroa, um prêmio também para você. Quando estiver para atravessar o Jordão, tenha a certeza de que o Pai estará te esperando do outro lado e que a glória será extraordinária.
 
 
A ASSIMILAÇÃO DO SOFRIMENTO
 
 
O apóstolo Paulo disse, certa vez, que tinha certeza de que a alegria que lhe estava reservada no céu, não dava nem para comparar com as aflições da sua vida terrena.  Aqui vemos Paulo seguindo as pegadas de Jesus.  Jesus, ante o gozo prometido, suportou a cruz, desprezou a afronta e sentou-se à destra de Deus; Paulo, por sua vez, tinha certeza de tudo isso, pois enfrentava tudo com alegria, tendo consciência de que o que haveria de vir seria muito melhor do que aquilo que ele estava passando.
 
Paulo não sucumbiu diante da caminhada, não envenenou sua alma por causa das injustiças sofridas, morrendo inteiro, de posse das suas faculdades, com a emocionalidade equilibrada, com o seu interior harmonizado.  Morreu em paz porque não perdia de vista a recompensa, o gozo celestial, o que estava a lhe esperar, o que lhe estava proposto, também. “Não dá nem para comparar com as aflições do tempo presente.”
Suporte o peso da sua cruz, meu irmão, tendo em vista a recompensa que virá.  Suporte o sofrimento, tendo em vista da glória de Deus, que há de ser revelada, um dia, na sua vida.
 
 
 
 
A DESCONSIDERAÇÃO PELA OFENSA
 
 
A terceira coisa que Jesus fez, nessa ação tríplice, é o que há de mais tremendo:  “Desprezando a afronta...”  Aqui não diz que Ele desprezou o afrontador, aquela pessoa que Lhe fazia o mal; se isso houvesse acontecido, Jesus teria sido derrotado!  Ao contrário, Jesus não levou em conta a afronta, a ofensa, ou a humilhação. O ofensor era amado por Jesus, apesar dos pesares. Coisa impressionante!
 
Lembram do momento em que Jesus estava na cruz, e orou pelos seus opressores?: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem.”  A ofensa, porém, que vinha dessas pessoas, Jesus desprezou, não tomou conhecimento.
 
Este é o segredo: olhar para o gozo que está proposto, suportar a cruz com a dignidade de um filho de Deus, e não levar em conta a afronta recebida, a palavra injuriosa, a palavra ferina, a injustiça sem medida, aquelas coisas que te fazem sofrer tanto...  Despreza tudo isso!  Aprende com Jesus, pois este é o segredo da vitória!  Feliz daquele que consegue fazer isso!
 
 
AUTOR
 
 
Pr. Bartolomeu Severino de Andrade
 
 
 
Esta pregação aconteceu em 08/09/1996, tendo por local a Igreja ADI, em Tubarão/SC. Os trabalhos de gravação, formatação e edição foram produzidos por Walmir Damiani Corrêa  —  www.elevados.com.br.
 

Por: Bartolomeu de Andrade

Publicado em 24/03/2014

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