Pentecostes: Houve vento ou fogo?

 

PENTECOSTES

HOUVE VENTO OU FOGO?
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO
 
 
Dentro da cultura judaica, o Dia de Pentecostes é simbolicamente ligado ao antigo Festival da Colheita (Hag Haqasir), que comemorava a entrega dos Dez Mandamentos no Monte Sinai, fato acontecido 50 dias depois de iniciado o êxodo do Egito, através do deserto.
 
Os apóstolos e alguns outros seguidores de Jesus vieram a Jerusalém para festejarem tal evento da cultura judaica. Esse grupo estava reunido no cenáculo, orando a Deus pelo cumprimento das promessas de Cristo, antes de subir, para que permanecessem ali.
 
Enquanto oravam, aconteceu a comentada ação do Espírito Santo, quando o dom de línguas foi distribuído entre os fiéis presentes, como se fosse através de línguas de fogo. Pela magnitude do acontecido, o Dia de Pentecostes costuma ser considerado o nascimento da Igreja Primitiva. 
 
A partir daí, todos os cristãos passaram a comemorar o Dia de Pentecostes em função desse acontecimento da descida do Espírito Santo, escolhendo o 50º dia após a Páscoa para tal comemoração.
 
Quanto aos cristãos pentecostais da atualidade, com certeza seu nome se deriva desse espetacular evento
 

PENTECOSTES JUDAICO
 
 
“Pentecostes” é o nome dado a uma festa que substituiria outras três do antigo calendário bíblico (Êxodo 23:14-17 e Êxodo 34:18-23), festividades diferentes, mas que se relacionavam entre si.
 
a) Festa da Colheita:  É a primeira delas, também chamada de “Festa da Sega”, comemorando a colheita de grãos, de trigo e de cevada, conforme podemos ver em Êxodo 23:14-17 e Êxodo 34:18-23. Seu nome original em hebraico era “Hag Haqasir”. Essa comemoração era, ao mesmo tempo, alegre e solene, totalmente dedicada a Javé (Deuteronômnio 16:10) De certa forma, era uma comemoração ecumênica, pois aceitava-se a presença de agricultores estrangeiros no meio judeu, uma vez que adoravam ao mesmo Deus.
 
b) Festa das Semanas:  O nome dessa festividade tem a ver com o período de tempo entre a ela e a Páscoa, que era de sete semanas, ou seja 50 dias após a Páscoa, quando acontecia a colheita da cevada, incialmente, e a colheita do trigo, no seu encerramento. Seu nome judaico original era “Hag xabu´Ot” (Êxodo 34:22 — Números 28:26  — Deuteronômio 16:10)
 
c) Dia das Primícias dos Frutos: Nesse dia acontecia uma oferta voluntária a Deus, composta dos primeiros frutos colhidos (Números 28:26). Durante a Festa da Páscoa, a oferta era um ovelha nascida naquele ano; na Festa das Semanas, ofertava-se um punhado dos primeiros grãos colhidos; na Festa dos Tabernáculos eram oferecidos os primeiros frutos da colheita (uva, tâmara, figo, etc.)
 
d) Festa de Pentecostes:  Após o domínio grego, nos últimos 300 anos do Antigo Testamento, as velhas festas foram perdendo o seu valor cultural, sendo que o nome “Pentecostes”, oriunda da língua dos gregos passou a ser a única festividade, comemorando os cinquenta dias de passagem da Páscoa.  
 
 
Enquanto a Páscoa era uma comemoração familiar, doméstica, Pentecostes assumia um ar der celebração agrícola, acontecendo no local do cultivo do trigo, da cevada e de outros produtos agrícolas. Mais tarde, a celebração passou a acontecer no Templo de Jerusalém, para onde peregrinavam as pessoas dos mais diversos pontos nação judaica. Essa reunião do povo era chamada de “Santa Convocação” (Levíticos 23:21) e ninguém podia trabalhar naqueles dias de ações de graça.
 
As sete semanas de festa também reforçavam as comemorações pela libertação da escravidão no Egito e com a obediência aos estatutos divinos (Deuteronômio 16:12)
 
 
QUEM, QUANDO E ONDE
 
 
Tudo começa no Dia de Pentecostes, e os cristãos presentes eram (quase todos) judeus convertidos, vistos como mais um dos muitos movimentos de contestação dentro do judaísmo. Eles formavam pequenas comunidades ao redor das sinagogas.
 
O histórico dia do Pentecostes é ricamente contado no começo do livro de Atos dos Apóstolos, descrevendo fatos que às vezes precisam ser analisados, uma vez que nossos “pregadores” normalmente acrescentam coisas extras àquele texto, talvez com a intenção de torná-lo mais espetacular do que já é. 
 
Por exemplo, é comum afirmar-se que havia ali 120 pessoas reunidas no cenáculo, no momento em que aconteceu a descida do Espírito Santo.  Basta que leiamos o versículo 13 do primeiro capítulo de Atos, e já desmentiremos tal afirmação. Os apóstolos estavam vindo do Monte das Oliveiras, chegando ao cenáculo em Jerusalém Só estavam no cenáculo os apóstolos Pedro, Tiago (irmão de Pedro), João, André, Felipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago (filho de Alfeu), Simão (o Zelote) e Judas (filho de Tiago). Eles se faziam acompanhar de suas esposas, de Maria (mãe de Jesus) e dos irmãos de Jesus. Indubitavelmente, o grupo não passava de 20 pessoas.
 
 
VENTO DO ESPÍRITO
 
 
Apesar de o Espírito Santo ser comparado, por inferência, com o vento (Ezequiel 37:9 e João 3:8), no dia de Pentecostes não houve vento. Veja, você mesmo, o que diz a Bíblia:  “E, de repente, veio do céu um som, como um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados.” (Atos 2:2) 
 
E aí? O que encheu a casa foi o som, mas não algum vento. Aquilo foi apenas uma comparação. Comparação semelhante encontramos em Apocalipse 14:2 e em várias outras passagens: “E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas... ”
 
 
 
 
 
 
 
FOGO DO ESPÍRITO
 
 
Deus é também chamado de “Fogo Consumidor” (Hebreus 12:29), porém, para sermos literais, temos que entender que as línguas repartidas que pousaram sobre cada discípulo no dia de Pentecostes, eram como que de fogo (Atos 2:3). Isto quer dizer que eram parecidas aos olhos humanos com o fogo provocado pela combustão de algum material inflamável, mas eram algo diverso, transcendental, divino.
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR DA PESQUISA
 
Walmir Damiani Corrêa
 
 
 
 
FONTES DE PESQUISA
 
 
LINS, Paulo de Aragão. O que a Bíblia não diz: mas muitos pregadores e mestres dizem! Extraído de http://semeadoresdapalavra.forumeiros.com/Semeadores da Palavra. Pesquisa em 12/03/2015.
 
WIKIPEDIA, a Enciclopédia livre.  Dia de Pentecostes. Pesquisado em12/03/2015
 

Por: Walmir Damiani Corrêa

Publicado em 14/03/2015

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