Luto: como lidar com ele

 

COMO LIDAR COM ELE

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

O luto é um processo comum, individual e que sempre esteve presente em todos os estágios do desenvolvimento humano. Vamos refletir aqui sobre qual a importância dessa fase para a superação de uma perda, o que significa o luto patológico e quando o processo pode ser prejudicial até para a nossa saúde. Também estaremos conversando sobre quais os símbolos que representam o desenvolvimento desse período de tempo.

Para darmos uma definição simples sobre o luto, diríamos que ele significa a expressão de tristeza, ou pesar, pela morte de alguém. A palavra luto se origina do latim “luctu”, cuja utilização original era mais abrangente, representando também dor e tristeza pela perda de alguma coisa material. Ampliando um pouco o sentido da palavra, diríamos que ela se relaciona com sentimentos de extrema tristeza, angústia e saudades provocados por perdas. 

 

 

SÍMBOLOS DO LUTO

 

 

Introduzindo o assunto, vamos lembrando que o processo de luto acontece em todas as partes do mundo, cada uma apresentando características e simbologias diferentes, ligando-se a aspectos culturais e até ritualístico de cada povo. Uma simbologia brasileira para o luto não é a mesma de outros lugares. Para se ter ideia, a cor representativa do luto no Brasil é o preto, enquanto que em boa parte dos países asiáticos é o branco. 

No Brasil, é comum utilizar-se a fitinha preta para anunciar que alguém está enlutado, triste, angustiado pela perda de um ente querido. Da mesma forma o preto era usado pelos familiares mais chegados durante um bom período de tempo, esse costume ainda é mantido apenas durante as cerimônias fúnebres.  Na Inglaterra, a rainha Vitória optou por usar roupas pretas pelo período de 40 anos, pela morte de seu esposo, em 1861. 

Continuando sobre esse assunto, o Brasil ainda mantém até hoje a simbologia de baixar a bandeira a meio mastro, sendo mais um protocolo governamental para indicar a morte de alguma pessoa importante que integrava a instituição.  Nas cidades pequenas, ainda é comum os clubes recreativos e esportivos fazerem o mesmo com suas bandeiras quando ocorre a morte de um associado. 

Outra simbologia que parece comum em todo o Ocidente é estabelecer-se um minuto de silêncio em homenagem à morte de alguém conhecido na comunidade, tanto em nível nacional como regional. Até em jogos de futebol esse símbolo é utilizado.

 

 

FASES DO LUTO

 

 

Segundo as autoridades da Psicologia, um estudo a respeito do assunto concluiu que o período de luto normalmente passa por cinco fases: 

a) Negação e isolamento: Aparece assim que a notícia é dada, como um tipo de defesa da mente. Nessa fase, o enlutado se isola, evitando até falar do assunto. É como se o enlutado estivesse dando um tempo para si mesmo.

b) Raiva: O enlutado para de negar o acontecimento, embora ainda não o aceite. Nessa fase, costuma acontecer a pergunta “Por que isso aconteceu comigo?” ou a reclamação “Não é justo!”  É um período de ressentimentos, como se a pessoa fosse uma criança que foi abandonada.

c) Barganha: Parece um período de apelo religioso, quando a pessoa fica imaginando que pelo fato de possuir fé, a perda irá se desfazer aos poucos.  É muito comum em pessoas terminais.

d) Depressão: É a chamada fase de desorganização pessoal, quando a “vítima” toma conhecimento de que não há mais o que fazer, passando a afunda-se em tristeza, que pode terminar em isolamento e até em desejo de morte. Também é comum nessa fase a pessoa querer se desfazer das coisas que lembrem a pessoa que morreu.

e)  Aceitação:  Seria o último estágio a ser enfrentado, diante de um possível retorno à vida normal. A pessoa vai se sentindo mais forte, mais segura, à medida que vai aceitando melhor o que lhe aconteceu.

Vale registrar que não é impossível que o enlutado, apesar de atingir esse momento de aceitação, retorne para outros estágios aparentemente já superados.

 

 

 

LUTO PATOLÓGICO

 

 

Como vimos acima, o luto tem início, meio e fim, mas quando é interrompido ou até mesmo quando nem ocorre, isso pode desaguar num outro processo chamado Luto Patológico, em que uma pessoa se recusa a aceitar que um ente querido tenha morrido, evitar falar no assunto, chegando ao ponto de comentar coisas sobre a pessoa que morreu, como se ela ainda estivesse viva. 

Essa patologia, com o tempo, pode se transformar num estado de melancolia, vislumbrada por Sigmund Freud em sua obra “Luto e Melancolia” (1917). Ele descreveu a doença como uma tristeza extrema, uma espécie de reação tardia para o acontecimento. 

De acordo com os especialistas, é possível detectar-se as diferenças entre o Luto Normal e o Luto Patológico, pois existem algumas características próprias na patologia, cujos sintomas podem ser tratados como alucinações de ver a pessoa falecida, que causa crises de choro em público ou isolamento. Poderia ser considerada semelhante à negação constante da morte, acreditando que a pessoa não tenha falecido.

O período em que a pessoa é acometida pelo Luto Patológico pode ser muito longo, prejudicando suas atividades cotidianas, como trabalhar, estudar e até cuidar fisicamente de si mesma. Isso tudo pode terminar em crises de raiva e melancolia, insônia e desânimo. 

 

 

LICENÇA PARA O LUTO

 

 

No Brasil, esse licenciamento das atividades profissionais é chamado de “Licença de Nojo”, perfazendo dois dias de afastamento, sem qualquer desconto no salário.

Os servidores federais possuem o bônus de oito dias em licença remunerada, diante do falecimento de cônjuge, filhos, pais, enteados e até irmãos, enquanto que para os professores o direito aumenta para 9 dias de licença. 

 

 

O LUTO  CRISTÃO

 

 

Fugindo um pouco das considerações científicas comentadas até aqui, precisamos defender que a forma do cristão enfrentar esse período triste tem que ser bem diferente. Para o cristão fiel, que tem a Bíblia como sua regra de fé e prática, que leva sua vida exercitando sua esperança de vida após a morte, encontro com Cristo, o consolo do Espírito Santo e assim por diante, então ele não pode demonstrar fraquezas espirituais, desesperar, descuidar do seu controle emocional no momento da separação, até como testemunho das suas crenças perante a sociedade. 

A perda de um ente querido é, certamente, uma das fases mais difíceis para a vida de qualquer pessoa, e os cristãos não são diferentes, não são imunes a tristezas e sofrimentos.

Temos conhecimento de pessoas que perderam filhos durante o parto, buscaram apoio espiritual, mas se decepcionaram. Entrando num templo católico não ouviram nenhuma palavra de apoio, precisando ficar ouvindo avisos e mais avisos da organização de uma Festa Junina, das barraquinhas, bingos, etc. 

Esse é o momento em que a pessoa mais está esperando suporte espiritual, alguém que chore junto, que ofereça o ombro, e assim por diante. Os visitantes precisam estar preparados para saber fazer isso, orar com aquele que está sofrendo, ler textos bíblicos que testemunhem da participação de Deus na nossa vida, apesar da ocorrência da morte.  

É preciso lembrar que o Senhor não está alheio ao nosso sofrimento. Ele concede ajuda e a consolação precisamos para enfrentar a dor da perda.  Tanto é assim que um dos nomes dados ao Espírito Santo de Deus é “Consolador”. 

 

 

A AJUDA DOS ESPÍRITAS

 

 

Quando os irmãos de fé não se dão ao trabalho de visitar as pessoas que estão sofrendo, podemos ficar certos de que os espíritas não vão perder tempo.

Todos os nossos leitores já devem ter tido contato com situações em que os espíritas convidam para visitas em seus templos e terreiros de umbanda, onde providenciarão um “encontro“ entre a pessoa enlutada e àquela que faleceu. Esse tipo de oferecimento é muito mais comum quando a morte foi inesperada, causada por acidente, câncer galopante, etc. 

Para se ter ideia, o médium começa a falar com a pessoa enlutada, como se fosse aquela que morreu, falando de situações que aconteceram quando ainda estava viva. É impressionante como convencem os enlutados, dizem que estão bem, que lá aonde estão é um lugar maravilhoso, e assim por diante. Chegam a escrever cartas, bilhetes, e por aí vai...

O consolo que esses espíritas dão para essas pessoas substituem a falta de humanidade dos irmãos que não foram lá para lembrar como Deus é bom, do Seu Reino Eterno, do Lar Celestial prometido, e assim por diante.

Acredite quem quiser, mas temos conhecimento de uma situação em que o médium pareceu ter mudado a cor de seus olhos para a mesma cor da pessoa que morreu, e que supostamente está substituindo naquele momento. Mudou a cor dos olhos, ou foi auto sugestão?

 

 

FONTES DE PESQUISA

 

 

PAULINO, Taliane. Luto: o que significa e sintomas. Disponível em https://www.estudopratico.com.br/luto/.  Em 14/11/2018.

ALMEIDA, Bruno. As 5 fases do luto (ou sobre a morte):  de Elisabeth Kubler-Ross. Disponível em: http://www.psicologiamsn.com/2014/09/as-5-fases-do-luto-ou-sobre-a-morte-de-elisabeth-kubler-ross.html

GUIMARÃES, Fabiana. O que é o luto patológico?  Disponível em: http://blog.drafabianaguimaraes.com.br/o-que-e-o-luto-patologico/.

RESPOSTAS.COM.BR/ luto-como-o-cristao-deve-lidar-com-a-morte-de-acordo-com-a-biblia/

 


AUTOR DA PESQUISA

Walmir Damiani Corrêa

www.elevados.com.br

 

 

 

 

 

Por: Walmir Damiani Corrêa

Publicado em 24/07/2020

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